Maria de Jesus inundada de vida.

Brotou Maria, mas não idêntica a tantas.


Era Maria de Jesus inundada de vida.

Recebeu agulha e linha.

Cerziu linho, chitas, gabardines e foi costurando a vida.

Sem nenhum luxo.

Cheia de filhos.

Por vezes sem ter o que comer.

Outras colhendo a ajuda alheia.

Maria cresceu com anseios.

Queria o Mar...

Os rios...

Cidades distantes.

Mas Maria apareceu mulher em um sertão remoto

Pouco soube da leitura e da escrita.

Aos quinze casou-se com um varão, 20 anos mais velho.

Aos dezesseis achou que iria morrer.

Dando à luz ao primeiro, dos oitos filhos que teria.

Teve medo de onça!

Sentiu frio na cama vazia.

Sentiu raiva...

Sentiu tantas coisas calada.

Que se tornou Maria igual a tantas.

Comentários

  1. Também poetisa...
    Parabéns,Beth.
    Surpreendeu-me com este belo poema !

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  2. Um poema belo e verdadeiro.
    para ser lido nas esquinas da vida .
    de onde nascem milhares de marias como esta.

    Parabéns pela bela obra , Elizabeth !

    Um grande beijo !

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  3. E quantas VIDAS são assim, menina, basta apenas que se saiba escrevê-las com tanto carinho e sensibilidade como bem escreveu...
    Lindo! Grata por estar em meu INFINITO.
    Abraços

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  4. Um poema diferente...poema de gente.
    De gente que sofre...que talvez nem conheça o amor.
    Mas que ainda vê razões para viver.
    Lindo...lindo.
    Parabéns.
    Um final de tarde de paz.
    Abraços.

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  5. Muito linda esta poesia, Beth. Fiquei emocionada com Maria no nascimento, nos sonhos e na luta.
    Parabéns!

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